Não é nenhuma novidade o sucesso que anda fazendo o estilo retrô
em vários seguimentos, seja na decoração, na moda, nas festas infantis ou nos novos
(apesar de terem cara de velhos) objetos de desejos. O interessante mesmo é
observar o que está por trás desse desejo de ter objetos velhos ou com design
antigo como protagonistas no cenário atual. Na decoração o ar retrô retoma a
calmaria da casa da vovó e dá uma sensação de aconchego nos apartamentos
cercados pelo barulho de trânsito e correria do mundo do lado de fora. Na moda
a sensação de ter algo que somente você possui ou que foi produzido
especialmente para você dá o sentimento que somos um ser individual mesmo numa
sociedade de produção em massa.
Eu confesso que amo esse clima retrô na decoração, com cara
de coisa eternas, que passaram de geração em geração, fugindo das coisas
descartáveis que o plástico trouxe, que não requerem muito cuidado, afinal foram
feitas para durar pouco. Esse comportamento com os objetos demonstra a forma
que o homem lida com o relacionamento com as outras pessoas, antes era um
namoro, que demorava anos ou meses, hoje apenas se “fica” por uma noite ou por
um beijo, o casamento também era até que a morte separasse, mas atualmente dura
apenas até a primeira briga.
Divagações à parte, eu falei isso tudo para mostrar o meu
mais novo amor em forma de objeto, esta linda câmera ANALÓGICA abaixo:
“Analógica” em destaque porque esta característica marcante
foi alvo de muitas piadas que ouvi, do tipo: “Tira uma foto e publica no
Instagram”. Eu ri com essas brincadeiras, mas continuei amando a minha nova
aquisição. A máquina analógica me faz lembrar de um passado não tão distante,
que eu ia pedir dinheiro ao meu pai para revelar fotos e ele me olhava com
aquele olhar de indignado: “como vocês tiram tantas fotos?”. Pobre do meu pai,
antes a gente lutava para conseguir 36 poses, o que poderia levar até 2
viagens, hoje em dia, tiramos mais de 100 fotos em um final de semana viajando
ou de festas. E mesmo com tantas fotos clicadas a minha vó sempre fala: “Vocês
tiram um monte de fotos e eu não vejo nenhuma”. E ela tem razão, muitas fotos
nunca serão reveladas e quem não tem acesso à redes sociais nunca mais irão
vê-las, ou mesmo daqui uns anos nos filhos e netos não poderão ver o que
fizemos na nossa juventude, já que hoje a moda é Facebook e Instagram, antes
era Orkut, antes ainda o Fotolog. Alguém aí ainda tem acesso aquelas fotos que
foram publicadas no Fotolog? Se a página ainda existir você poderá revê-las,
mas não tocá-las.
Voltando a minha nova aquisição. Ela se chama La Sardina e
veio uma caixa de madeira linda como se fosse uma latinha de sardinha mesmo,
mas essa é uma edição especial, de lata de Caviar. Chique, não?! Eu nunca comi
caviar, mas tenho uma lata de caviar que fotografa. Ráa! Para poucos!
Brincadeiras de lado, essa latinha aqui tem me despertado para esperar o
momento certo para fotografar, a gente tem que ficar lá esperando a pose ideal,
sem interferências de pedestres, já que não dá para apagar o que ficou ruim. Uma
outra coisa legal é trabalhar a curiosidade de só saber o resultado dos seus cliques
depois de revelar, o que pode demorar uns dias, já que para a minha surpresa
tirar 24 poses está demorando quase um mês.
Esse meu tesouro é um dos modelos produzido pela Lomography,
uma empresa Austríaca que começou a fabricar e reinventar as máquinas
analógicas no início dos anos 90. A Lomo, como é carinhosamente chamada, não é
uma simples máquina analógica, proporciona vários efeitos de cores e formatos únicos,
e por isso vem resistindo ao apelo das câmeras digitais, e ganhando vários
adeptos no mundo, não só pela qualidade da fotografia, como também pelo design
inusitado das câmeras que são verdadeiros objetos de decoração.
Falando nisso eu estou apaixonada por essa pequena chamada
Diana F+ Mini, ela fotografa em formato quadrado, além de possuir alguns
efeitos como a possibilidade de registrar duas imagens em uma mesma foto. Ela é linda, ideal para levar para viagens e apreciar os ambientes e só fotografar o que realmente vale a pena Agora
é guardar o dindin, para ter ela em minhas mãos e um futuro breve, assim
espero!
Ah! O engraçado dessa história toda é que eu não tenho máquina digital, a minha se afogou na última viagem (coloquei uma garrafa de água aberta na bolsa), então por enquanto só foto do celular e da minha preciosa.
Legal, Bisse! Parabéns! bjs!
ResponderExcluirAmei, filhota! Belo texto, ótima reflexão. Beijos, mami.
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